Opinião: Pobre gente que se demite das suas responsabilidades



Entre a penúltima ronda e a que amanhã começa houve tempo para jogos da Taça de Portugal, competições europeias e jogo da Selecção Nacional, este último, pela exibição da equipa e resultado sucedido, a amenizar as agruras de um povo já de si taciturno e dado a fatalidades. Em alguns daqueles jogos aconteceram situações próprias de quem em fracção de segundos observa e decide, muitas vezes em situação de manifesta desvantagem posicional ou de perspectiva visual. Sucederam também equívocos reveladores da menor apetência de quem os cometeu para o desempenho da função. Algumas das situações alimentaram o ânimo de quem clama por tecnologia como meio auxiliar de decisão, e logo uns quantos "executantes" do apito deram o seu acordo. Pobre gente que se demite das suas responsabilidades, que alija para a tecnologia a incapacidade e a ausência de personalidade para assumir responsabilidades. Será que o golo obtido pelo CR7 diante da Espanha (precipitadamente negligenciado por Nani) e não validado pela equipa de arbitragem exigia verificação através de imagens vídeo? Pedir apoio tecnológico é assumir incapacidade, demitir-se da liberdade de decidir em consciência.
Esperemos que, na 12ª jornada, os árbitros nomeados saibam assumir e executar por completo os arbítrios que a lei lhes confere. Jorge Sousa, em Alvalade, deverá continuar no estilo "low profile" que o caracteriza. Em Aveiro, Bruno Paixão será mais árbitro ou mais paixão? No AXA, Pedro Proença deverá dar continuidade aos bons desempenhos até agora conseguidos. Das restantes designações, realce para a indicação de um novato (Hélder Malheiro) para Setúbal.

Por Jorge Coroado (in "O Jogo")

Comentários