Ex.Árbitro Jacinto Paixão: «Fui sempre um alvo a abater»



O ex-árbitro Jacinto Paixão, que foi um dos arguidos do chamado caso "Apito Dourado", voltou a proclamar a sua inocência em todo o processo.
"Fui sempre um alvo a abater e é simples: porque sou alentejano. Estive detido uma noite, numa cela, e não sei por quê. Matei alguém? Não. Sempre me ensinaram, desde pequeno, a ser uma pessoa honesta. Falam-me em corrupção, mas nunca alinhei nisto. Estou um bocado mais aliviado, mas não é fácil digerir tudo isto. Não tenho medo de ninguém, nunca tive. Não sou nenhum coitadinho e quem cala, consente", afirmou o antigo juiz, que foi um dos convidados do programa "A Máxima dos Máximos", da Benfica TV.
Jacinto Paixão repetiu ainda que o grande problema da arbitragem portuguesa são os observadores dos árbitros. "O calcanhar de Aquiles da arbitragem são os observadores. Não todos. São eles que decidam a subida e a descida de escalão dos árbitros. Todos os observadores deviam ser ex-árbitros", defendeu.
Sem querer falar sobre detalhes processuais, Jacinto Paixão negou ter recebido prendas dos clubes ("Ofereceram-me apenas camisolas"). "Se tivesse recebido algumas coisas, um Dragão de Ouro, não estaria na situação que estou", revelou, admitindo ter ouvido histórias de colegas árbitros que não terão tido o mesmo comportamento. "Ouvi falar em viagens e em outras coisas. Se é verdade ou não, não sei".
O antigo juiz eborense também recordou detalhes do famoso jantar num restaurante de Matosinhos, no final de um FC Porto-E. Amadora. "Segui o Reinaldo Teles até a marisqueira e fiquei surpreso quando ele sentou-se na mesa. Fiquei constrangido, mas fiquei mais tranquilo ao ver que lá estavam o António Garrido e outro árbitro. Depois apareceram o Pinto da Costa e a sua companheira [Carolina Salgado], que ficaram numa mesa ao lado. No final quis pagar a contar, mas disseram-me que já estava paga. Talvez tenha sido o Reinaldo Teles ou o Pinto da Costa. Não sei".
Sobre a importância e o papel de António Garrido na relação do FC Porto com os árbitros, Jacinto Paixão disse não ter dados concretos. "Não sei qual é o peso dele. Comigo ele nunca falou nada, mas sei que acompanhava os jogos do FC Porto. Não sei qual é o clube dele e não estou preocupado com isto. Uma coisa eu sei: ele é sogro do Olegário Benquerença".


O ex-árbitro alentejano falou das dificuldades sentidas no túnel do estádio do FC Porto. «É uma coisa... sei de alguns que andaram a fugir, como foi o caso do José Pratas. Aos 30 minutos de jogo já tinha seis ou sete jogadores do FC Porto a insultarem-me. Não me aconteceu nada, mas o Porto ganhou 1-0. Se tem empatado ou perdido não sei qual seria a reacção», disse.

Fonte: Record/A Bola

Comentários

Anónimo disse…
Este senhor, para além de ter estragado a imagem da arbitragem com os seu comportamentos enquanto árbitro, quer ainda continuar a fazê-lo depois de ter acabado!...

Triste...

Nota: Leiria é uma cidade pequena mas nem todos os que de lá são tem relação de parentesco. Este senhor que se informe melhor antes de vir dizer mentiras sobre outros!