As associações de futebol decidiram esta tarde por unanimidade que aprovam a revisão dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) caso a UEFA e a FIFA afirmem que o novo Regime Jurídico das Federações Desportivas pode ser adotado. A decisão foi tomada numa reunião que juntou em Coimbra 20 das 22 associações de futebol.
O primeiro passo vai ser pedir uma reunião urgente ao presidente da
FPF, Gilberto Madaíl, para que seja o interlocutor perante a UEFA e a
FIFA, visto que consideram que o dirigente é o único com legitimidade
para o fazer.
“Vamos pedir uma reunião ao presidente da Federação Portuguesa de
Futebol (FPF) no sentido de desbloquear esta situação e irmos à FIFA e à
UEFA para sabermos se podemos adaptar os estatutos da FPF ao atual
Regime Jurídico [das Federações Desportivas]”, explicou o porta-voz das
associações, Júlio Vieira, que é também o presidente da Associação de
Futebol de Leiria.
“Se nos disserem que podemos, porque não se viola o código eleitoral,
nem os estatutos da FIFA e da UEFA, nós aprovamos os estatutos no dia
seguinte sem qualquer hesitação. É preciso que cada um assuma as suas
responsabilidades. É isso que exigimos ao presidente da FPF, que nunca o
fez ao longo destes dois anos e meio”, observou.
“Se a UEFA entender – como nós entendemos – que este regime jurídico
viola alguns artigos do próprio código eleitoral e os estatutos da FIFA e
da UEFA, esse é um problema que vão ter que resolver com o Governo
português”, atirou.
As críticas ao poder político são fortes: “O ministro com a pasta do
desporto não se pronuncia sobre isto em seis anos, e na primeira vez que
o faz é para fazer ameaças. O secretário de Estado é incompetente. Em
dois anos e meio não conseguiu implementar um regime jurídico, o mais
nefasto da história. O maior partido da oposição nem perguntas sabe
fazer, como se viu na última audição que foi feita ao ministro na
Assembleia da República”.
Júlio Vieira frisou que a decisão foi tomada “por unanimidade. Das 22
associações, só duas é que não estavam cá. Estamos todos de acordo que a
solução passa por irmos à FIFA e à UEFA”.
“Tem de passar por uma assembleia geral e não por uma decisão da
direção, que nesta altura não tem qualquer legitimidade para tomar
decisões de fundo como esta, porque os órgãos sociais da FPF acabaram o
mandato em Novembro”, acrescentou.
Fonte: RTP
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