Ouve-se o apito final num estádio. Termina o jogo entre duas equipas. Geralmente pelo menos uma vai ficar insatisfeita com o resultado. Qual é então a primeira reacção? Enumerar os lances em que supostamente foram prejudicados pelos árbitros. Ou então o terreno e as condições meteorológicas não eram as melhoras. Ou a sobrecarga de jogos fez baixar o rendimento. Ou estavam elementos castigados e lesionados. Ou…
Nos
“mind games” do futebol quem assume a derrota? Quem a justifica com a
sua menor capacidade para dar a volta ao texto? Poucos. Conjectura do
seu status que, dirigentes, treinadores e jogadores estão de tal forma
formatados que as flash interview dos finais das partidas são cada vez
mais do mesmo. Nada acrescentam, nada nos ensinam. Frases feitas com
escusas evasivas.
Vem
isto a propósito de ter ouvido num dos programas de análise desportiva
de um canal informativo um comentador de nomeada insistir na
possibilidade de os árbitros virem às conferências de imprensa assumir
os seus erros, falar para o público, explicar-se. Faria sentido? Julgo
que não. Futebol e polémica andam de mãos dadas e é um facto
incontornável. Se queremos melhorar este desporto que é rei, haverá
tantas coisas por fazer, a começar pela mentalidade das pessoas. De país
para país é o que muda.
Nos
campeonatos britânicos um jogador que simula é assobiado, considerado
um batoteiro. Cá em Portugal um jogador que simula e ganha uma grande
penalidade é um jogador inteligente, experiente que conseguiu iludir o
cego e inábil do árbitro.
Nós,
latinos, vivemos no desporto e na vida com maior intensidade e tórrida
paixão pelas nossas crenças. Vencer é o mais importante.
O
futebol é como uma religião, tem seguidores em todo o mundo, todos tem o
seu clube com o qual se identificam, buscam a satisfação como um escape
ou catarse. Não há talvez outra grandeza que una as massas em toda a
parte do mundo.
Seria
este um mundo quase perfeito não fossem as imperfeições de quem arbitra
não é? Todos nós sabemos que um árbitro de futebol bem-intencionado e
de consciência limpa tem o direito de errar (não muito) como todo ser
humano, até porque as suas decisões devem ser tomadas instantaneamente.
Fazemos então, nós árbitros, o nosso mea culpa. Sim erramos, errámos e
erraremos. Conseguem aceitar?
Por Dinis Gorjão
Comentários
Eles fogem das entrevistas como o diabo da cruz.
Porque será?
O que adiantaria um árbitro explicar porque decidiu um determinado lance de uma maneira e não de outra??
Os adeptos na sua maioria só querem saber se o seu clube ganhou, não interessa se foi com erros do árbitro a favor ou contra...
É necessário mudar a mentalidade, todas a pessoas tem de perceber que o erro do árbitro fará sempre parte do futebol.
É impossível não errar num jogo... Quantos foram aqueles jogadores que falharam golos sem nenhum oponente pela frente?? Muitos.... Mas a esses ninguém a ponta os dedos como apontam ao árbitro...
Só quem está ou esteve lá dentro é que sabe como as coisas são...
Quando as mentalidades mudarem tudo será diferente...
ab