Federação pede aos clubes tolerância no discurso


Fernando Gomes enviou carta a lembrar que os árbitros não erram propositadamente e apelar à calma




Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apelou à «tolerância» no discurso dos clubes portugueses, de modo a pacificar o futebol. 

«Lanço-lhe um desafio. Torne o seu clube parte ativa na pacificação do nosso futebol e na criação de um clima de tranquilidade para o que resta da época. Isso é possível adotando um discurso positivo e de tolerância perante todos os agentes, incluindo os árbitros», começou por dizer o dirigente, em carta enviada aos presidentes dos 32 clubes profissionais, citada pela Lusa. 

O presidente da Federação frisou que não pretende que os clubes «omitam as suas opiniões» ou «prescindam do direito à livre expressão». «Apelo para que se evite o uso de linguagem ofensiva ou que ponha em causa a honorabilidade, a dignidade, a honra e honestidade dos árbitros», frisou. 

Fernando Gomes garantiu ainda que haverá «empenhamento pessoal» para restabelecer o «clima de pacificação e de serenidade», criticando as constantes queixas sobre as arbitragens e repudiando o «ato criminoso e intolerável da divulgação pública, na Internet, de dados pessoais dos 25 juízes que dirigem as competições profissionais.»

Na última terça-feira o dirigente, recorde-se, reuniu com os árbitros: «Ouvi da boca destes oito homens relatos impressionantes da forma como as suas vidas e rotinas foram alteradas e como o sentimento de insegurança se alastrou aos seus familiares. Todos nós temos família e pessoas que nos são próximas. Coloquemo-nos, por um minuto, na pele destes árbitros.»

«Imaginemos o quanto nos custaria não saber se a nossa mulher, filhos, mãe ou pai ficariam em segurança quando saímos de casa para nos dirigirmos ao nosso local de trabalho, ou para, como é o caso, apitar um jogo de futebol», continuou, lembrando que «todos os seres humanos cometem erros» e nenhum árbitro «erra propositadamente».
«Esta é uma convicção pessoal, como homem e como presidente da Federação Portuguesa de Futebol. No dia em que deixar de acreditar ou duvidar que tal seja verdade, serei o primeiro a denunciá-lo e a afastar-me», prometeu.


Fonte: Mais Futebol

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