UEFA recebe os novos árbitros internacionais


"Estejam empenhados, sejam responsáveis e preparem-se", disse o responsável pela arbitragem da UEFA, Pierluigi Collina, aos novos árbitros internacionais no curso de Inverno, em Roma, onde estão presentes os portugueses Hugo Miguel e Marco Ferreira.
Agora que estão na rampa de lançamento para meritórias carreiras como internacionais, os novos árbitros habilitados para dirigir encontros das competições internacionais foram beber das sábias palavras de um homem que alguém que sabe tudo sobre o sector.
O responsável pela arbitragem da UEFA, Pierluigi Collina – que apitou alguns dos mais importantes encontros de futebol na sua notável carreira, usou da palavra no curso anual de Inverno da UEFA, que decorreu em Roma, para dar aos recém-chegados à lista de internacionais da FIFA uma exaustiva lista de coisas a fazer e a não fazer em situações de grande pressão, agora que o jogo no continente europeu está a um altíssimo nível.
Collina teve a companhia do presidente do Comité de Arbitragem da UEFA, Angel María Villar Llona, na abertura do 22º Curso Introdutório para Árbitros Internacionais e apelou aos jovens árbitros para mostrarem responsabilidade e dedicação à profissão. Os juízes ficaram a saber que a preparação meticulosa, a coragem e a consistência nas decisões arbitrais, o conhecimento das tácticas do jogo e dos jogadores, para além da crença nas suas próprias capacidades, são elementos fundamentais de um árbitro de topo.
O curso é o primeiro que conta com a presença de homens e mulheres. "Tudo isto tem uma grande importância no desenvolvimento dos árbitros de ambos os sexos", disse Villar Llona. "O Comité de Arbitragem da UEFA investiu muito em vocês. Peço-vos que agarrem a oportunidade que vos é dada e estejam conscientes da responsabilidade de representar a UEFA e o vosso país".
Pierluigi Collina desenvolveu o tópico da responsabilidade. "Percebam que estão a representar a vossa federação, a UEFA e vós próprios", disse. "Lembrem-se que muitas pessoas, incluindo jovens árbitros, vão estar a olhar para vocês como modelos, o que, para além de uma honra, é, também, uma grande responsabilidade".
"Estejam preparados", foram as palavras-chave de Collina aos jovens árbitros. Tendo em conta a velocidade do jogo na actualidade e o grande destaque que lhe é dado pela imprensa, os árbitros têm que estar preparados para lidar com a pressão de tomar decisões, muitas delas numa fracção de segundo. "A consistência é, também, fundamental", acrescentou. "O objectivo último de um árbitro", disse Collina, "é ser aceite – com as suas decisões a serem aceites mesmo que não se esteja de acordo com elas, ou até quando a decisão é errada. É um sinal de grande reconhecimento, quando os jogadores confiam em vocês".
Collina apelou aos juízes para protegerem os jogadores, de, por exemplo, desarmes mais agressivos que podem colocar em risco a carreira de um jogador e para não deixarem que os jogadores os rodeiem. Estes dois temas têm sido uma das principais prioridades da UEFA nos últimos anos, como parte do enorme esforço para proteger a imagem do jogo.
Para além da firmeza e coragem no tomar de cada decisão, Collina lembrou que o árbitro dos dias de hoje é um atleta e que se tem de estar em forma para manter a lucidez a 100 por cento no final de um jogo. Sobre isto, o italiano mostrou um vídeo dos últimos três minutos da final de 1999 da UEFA Champions League – um encontro por si apitado – quando o Manchester United FC deu a volta ao marcador nesse período para derrotar o FC Bayern München. "Mesmo estando cansados, temos que estar prontos para o caso de alguma coisa como esta acontecer, de modo a que se tomem as decisões correctas se necessário", disse.
Parte da preparação dos árbitros antes dos encontros, inclui o estudo das formações das equipas e o papel dos jogadores em campo. "Fazer isto, é estar um passo à frente", disse Collina, "pois podemos prever, saber e perceber o que poderá acontecer numa situação de jogo". Os árbitros, nunca deverão ter receio para atentar aos pequenos detalhes do seu trabalho. É por isso essencial que os árbitros, os seus assistentes/adicionais e quartos árbitros procurem interagir e serem consistentes, tendo qualidade, como equipa.
A força mental é uma obrigação se os árbitros quiserem ser bem-sucedidos. "Sejam vós próprios e confiem em vós", explicou Collina. "Sejam abertos à mudança... saibam os vossos pontos-fortes e também os fracos, sejam capazes de ser positivos, mesmo nas situações negativas. Aprendam com os vossos erros, porque ao fazerem-no, estarão a ficar mais fortes".
"Estão no primeiro passo de uma longa escadaria", concluiu Collina. "Estejam orgulhosos e felizes por fazerem parte de um pequeno grupo de árbitros de topo da Europa. É um grande privilégio para todos vós. Sejam empenhados e responsáveis. Estejam prontos!"

Fonte: UEFA

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