O presidente da APAF, José Gomes, não consegue compreender as críticas de Bruno de Carvalho após o dérbi de sábado, que o Benfica venceu. “Em primeiro lugar, é indiscutível que foi um grande jogo de futebol, como deviam ser todos em Portugal. Depois, considero que não se pode culpar o árbitro pela derrota porque toda a gente viu como é que o Sporting perdeu: a equipa é que errou no jogo”, começou por explicar.
Mas José Gomes prossegue: “Depois do que aconteceu, parece ser bem mais fácil vir dizer que a culpa foi do árbitro do que assumir que perderam devido a erros que eles próprios cometeram.”
O dirigente concorda, no entanto, que “num jogo tão intenso, é natural que o árbitro tenha cometido erros, mas em termos gerais houve uma boa exibição da parte das três equipas”; assegura no entanto que, ao contrário do afirma Bruno de Carvalho, os erros não acontecem sempre para o mesmo lado: “Provavelmente o Sporting até já ganhou alguns jogos devido a erros das equipas de arbitragem. A questão é que quando são beneficiados não falam. Os árbitros não erram contra ninguém; aliás, um dos grandes objetivos é cometer o mínimo possível de erros.”
Ainda sobre o presidente do Sporting, José Gomes fez um outro comentário. “Já estávamos à espera que viesse a acontecer uma coisa destas mais tarde ou mais cedo. Os dirigentes não conseguem conter as críticas ao árbitro, mesmo quando perdem por erros próprios, como foi o caso deste dérbi”, revelou.
Instado a deixar uma palavra ao presidente do Sporting, o representante dos árbitros não quis alongar-se: “Acho que os dirigentes deviam olhar mais para os erros das suas equipas e menos para os erros dos outros. Todos queremos que o futebol português seja cada vez melhor.”
Desafio
Num tom quase de brincadeira, José Gomes deixou no ar uma ideia a implementar pelo organismo a que preside nos próximos tempos. “Se os dirigentes continuam a apontar erros aos árbitros, qualquer dia vamos nós começar também a apontar os erros cometidos pelas equipas. Eem vez de valorizarmos o futebol, vamos andar neste tipo de discussões que não levam a lado nenhum”, concluiu.
Fonte: Record
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