Revoltado com as linhas de fora-de-jogo? Está resolvido!

Se é dos que desconfia da idoneidade e total acerto de quem faz as linhas virtuais dos foras-de-jogo, pode colocar a indignação de parte: a Federação Portuguesa de Futebol informou os árbitros de que vai apostar num sistema de uma empresa independente, que vai fornecer as linhas virtuais de análise aos foras-de-jogo, permitindo ao VAR e aos telespetadores analisar com total clareza. E sem “maroscas”.
A discussão já tem uns aninhos. Os programas de análise aos jogos tornaram-se, muitas vezes, aulas de geometria. Falou-se de pontos de fuga, trapézios, ângulos de visão, planos côncavos e outros conceitos geométricos e artísticos que, idealmente, nada teriam que ver com o Mundo da bola. Muitos diziam que, conforme a televisão responsável pela realização, as linhas de análise aos foras-de-jogo tinham orientações diferentes e curvas estranhas que permitiam, ou não, colocar o jogador X ou Y em jogo ou fora-de-jogo.
Para acabar com isso, a FPF seguiu o repto de muita gente: “por que motivo as linhas não são feitas por uma empresa independente?”, perguntavam muitos. Agora, vão ser. O Bancada sabe que o Conselho de Arbitragem, apesar de ainda não ter divulgado oficialmente, já deu esta novidade aos árbitros, que, assim, vão ter as ferramentas necessárias para analisar, como VAR, todos os lances de fora-de-jogo. Sem dúvidas. Com cores. Sem geometria. Com verdade.
Até aqui, o VAR não poderia, supostamente – e sublinhe-se o “supostamente” –, usar as imagens televisivas, com linha virtual, para analisar os lances de fora-de-jogo.
Verde, vermelho e... decisão certa
Segundo foi explicado aos árbitros – e que será divulgado mais tarde –, trata-se de um sistema tecnológico com recurso a 3D e aprovado pela FIFA.
O funcionamento da coisa é simples: a operadora responsável pela transmissão continuará a ter apenas as suas próprias linhas, mas, em caso de golos ou jogadas analisadas pelo VAR, as imagens da tal empresa serão disponibilizadas não só aos árbitros, como às pessoas em casa. Ainda assim, este pormenor será algo a confirmar no momento da oficialização deste sistema.
A parte prática do sistema também é simples e foi explicada por Pedro Henriques, ex-árbitro, à Sporttv: em vez de uma linha colocada em orientação com o penúltimo defensor, “o relvado surgirá pintado de vermelho – na zona em que o atacante estaria em fora-de-jogo – e verde – na zona “a salvo” da infração”.
Cuidado com as cabeças
Ainda sobre as linhas virtuais de análise ao fora-de-jogo, importa esclarecer que mesmo estas não são 100 por cento fiáveis. O motivo é simples: as linhas são colocadas, claro, em orientação com o penúltimo e, por motivos técnicos e de fiabilidade, na ponta do pé que esteja mais próximo da linha de baliza.
Quer isto dizer que, quando a parte do corpo desse jogador mais perto da sua baliza (o que importa para o fora-de-jogo) seja, por exemplo, a cabeça, a linha estará, na mesma, no pé.
Parece uma diferença residual e insignificante, mas que pode ter influência na análise ao fora-de-jogo. O pé do defensor pode colocar o atacante em fora-de-jogo, mas a cabeça ou outra parte do corpo colocarem-no em posição legal.
Nota ainda para outra questão aparentemente insignificante, que entrou, há poucos meses, nas Leis do Jogo. Para efeitos de análise ao fora-de-jogo, o momento do passe é o momento em que o pé do passador inicia o toque na bola e não o momento em que termina o toque. É uma diferença de milésimos – na televisão, fala-se dos “frames” –, mas que pode fazer diferenças na análise ao lance.

Fonte: Bancada.pt

Comentários