A personalidade do árbitro!





por: Valter F. Mariano*

Um bom árbitro tem que aprender, acima de tudo, a impor sua personalidade dentro do solo sagrado (campo de jogo – regra 01), independente das situações em que a partida vai ser jogada.
Também deve saber, na ponta da língua, cada ponto, cada vírgula, cada palavra e cada parágrafo que compõem a Carta Magna do futebol e ter um excelente preparo físico. Porém, nada disso será de valia se não consegue aplicá-las com destreza dentro do solo sagrado.
A personalidade é muito importante dentro da arbitragem. O árbitro tem que ser ele mesmo, manter sempre a calma e o equilíbrio, pois os jogadores, treinadores, dirigentes, imprensa e torcedores sempre saberão distinguir quando um árbitro está plagiando outro árbitro. E isso causará terríveis avarias ao seu comportamento durante a partida.
Muitos árbitros têm em mente a sensação que são os melhores do mundo, porém devem lembrar sempre que isso é apenas uma sensação. Na verdade, isso é apenas o início de uma longa e difícil caminhada até o topo da carreira. E nesta caminhada, nunca imagine que é tão bom como Pierluigi Collina (árbitro italiano considerado por muitos como um dos melhores de todos os tempos), e sim aprenda com o seu talento e com sua dinâmica de atuar, e, principalmente aplicar as regras através do espírito do jogo, ou seja: nunca beneficiar o infrator.
O que fez Collina ser um excelente árbitro foi a sua maneira pessoal de lidar com as regras do jogo, pois é um líder nato e tem uma visão extremamente positiva da vida, isso refletia quando cometeu erros, pois como todo humano, isso é concebido, em seu caso estes erros eram respeitados, pois nunca foi um ditador querendo ser o dono da verdade.
O árbitro tem que ser ambicioso com sua carreira e entender que somente com muito trabalho e sacrifícios chegará ao topo. Porém deve ter a consciência que poucos chegarão ao escudo branco, e, sendo assim dever dividir os conhecimentos e experiências vividas dentro e fora do solo sagrado com os demais colegas de profissão, isso será uma maneira de ganhar a confiança e o respeito de toda a sociedade futebolística.
Para finalizar, deixo uma frase do grande árbitro francês, Michel Vautrot, que arbitrou simplesmente duas finais de Copa do Mundo: "Deixem a vossa personalidade falar por vós ou jamais terão sucesso".

* Valter Ferreira Mariano, Brasil. Árbitro Assistente da Federação Paulista de Futebol. Colunista de arbitragem, onde escreve sobre a dinâmica de arbitrar uma partida, seus conceitos e ética, suas leis e principalmente do espírito deste desporto chamado futebol.

Comentários