APAF critica e pondera apresentar queixa de Paulo Bento

A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) considera que as críticas de Paulo Bento ao trabalho de Bruno Paixão no jogo Sporting-FC Porto incitam à violência e pondera apresentar uma queixa contra o treinador dos "leões".
Em declarações à Agência Lusa, o presidente da APAF, António Sérgio, considerou que "dizer que a arbitragem já mete nojo e convidar as pessoas a não receberem bem os árbitros é uma forma de incitação à violência que é inaceitável e inimaginável".
António Sérgio explicou que os responsáveis da APAF estão ainda a analisar as declarações de Paulo Bento, após o jogo que ditou domingo o afastamento do Sporting da Taça de Portugal, mas admite que o caminho deve ser a apresentação de uma queixa ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
"Estamos a analisar as declarações com cuidado, mas estamos a pensar fazer uma queixa (...) face à gravidade das declarações", disse António Sérgio, acrescentando que ao contrário dos treinadores, que reagem logo após os jogos, a APAF "é cautelosa e ponderada" na análise das declarações.
Após o encontro com o FC Porto, decidido no desempate por grandes penalidades (5-4), o treinador do Sporting teceu duras críticas ao trabalho do árbitro de Setúbal, admitindo que o clube de Alvalade poderá ter de criar um ambiente hostil às equipas de arbitragem.
"O Sporting é demasiado simpático para as arbitragens. Alvalade tem de criar um ambiente muito difícil às outras equipas do que, por vezes cria à nossa. E aos três que vêm arbitrar, se tivermos de lhes criar maus ambientes, não tem problema, porque é o que merecem", referiu o treinador.
António Sérgio classifica as afirmações de Paulo Bento como "um pré-convite à violência", porque "dizer a milhares de pessoas que não recebam bem o árbitro é de mau gosto, é falta de respeito e não tem nada de ético, pois ofende os regulamentos desportivos".
O presidente da APAF considera ainda que as declarações de Paulo Bento "são uma ofensa generalizada aos árbitros portugueses", os mesmos que, lembra, "têm sido chamados regularmente a dirigir jogos das competições europeias".
O dirigente entende que declarações como as do treinador do Sporting "prejudicam o negócio do futebol, e, indirectamente, todos os agentes desportivos que beneficiam e tiram dividendos da estrutura do futebol".
As críticas do treinador do FC Porto, Jesualdo Ferreira, ao trabalho de Bruno Paixão não têm, no entender da APAF, a mesma gravidade das de Paulo Bento, porque o técnico portista "fez uma crítica ligeira e rotineira" apenas sobre o jogo.
in: Lusa

Comentários

Anónimo disse…
Se tivessemos de apresentar queixas derivando as mesmas em condenacao,nao haveria arbitros em Portugal.Somos dos poucos paises que possuem arbitros arguidos e condenados que continuam, vergonhosamente,a exercer a arte do apito.Mais, os dirigentes da arbitragem se tivessem vergonha demitir-se-iam e fariam um "mea culpa" mas estao apenas virados para encobrir e defender um grupo de incompetentes (como eles) e corruptos. Mentira?