Busacca e a Final da Champions

O árbitro suíço Massimo Busacca, de 40 anos, vai ter a honra de dirigir a final da UEFA Champions League entre o FC Barcelona e o Manchester United FC na noite desta quarta-feira e mostra-se ansioso pelo apito inicial da partida.
Busacca – que já dirigiu encontros de ambas as equipas no passado, incluindo a meia-final da temporada passada entre as duas equipas – falou ao site uefa.com durante os seus preparativos para o jogo:
Como se sente a poucas horas do início de um jogo como este?
Bastante emocionado. Desde que cheguei já tive oportunidade de sentir o Stadio Olimpico. É incrível, é como um sonho. Vai ser fantástico quando se concretizar, pois não se pode ambicionar nada melhor do que arbitrar uma final da Champions League entre o Barcelona e o United.
Terça-feira teve oportunidade de treinar no relvado do estádio. Prepara-se sempre dessa forma?
Não alterei nada quanto à minha rotina habitual na preparação para este jogo. Se atingi o nível que tenho hoje, foi porque estive bem até aqui. Mudar a minha preparação habitual seria excessivo. Terça-feira realizei uma pequena sessão de treino no estádio para respirar um pouco de ar, ver o relvado, experimentar as minhas chuteiras. É algo muito importante de fazer antes de qualquer encontro.
Até que ponto é importante ter dirigido já encontros destas duas equipas no passado?
Conheço a forma de jogar das duas equipas de olhos fechados. Praticam ambas bom futebol e gostam de ter a posse de bola. Vou ter de me concentrar não apenas em seguir a bola, mas também em tentar antecipar qualquer movimento repentino que ocorra numa área importante do relvado, de forma a poder julgar de forma correcta situações mais complicadas.
A sua família vai estar no estádio?
A família é muito importante se queremos atingir determinado nível. Um árbitro tem de fazer muitos sacrifícios e ter uma boa situação familiar é crucial para isso. Estou muito orgulhoso e feliz por ir ter a minha família no estádio para assistir a este grande jogo.
Quando foi quarto-árbitro na final de Glasgow, em 2003, sonhava dirigir você mesmo uma final?
Não creio. Não era tão ambicioso como sou hoje. Costumava viver um dia a seguir ao outro, sem fazer demasiados planos. Levava este trabalho muito a sério, mas sei agora que, se queremos atingir determinado nível, temos de estabelecer objectivos para nós mesmos. Nessa ocasião ainda estava a aprender com árbitros mais experientes que eu, mas agora é diferente. São necessários objectivos ambiciosos, porque a concorrência é muito apertada.
Qual é a principal diferença de arbitrar jogos entre estrelas como Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi e entre jogadores de divisões inferiores?
No relvado tem de se respeitar todos os jogadores. Obviamente, eles praticam um futebol espectacular e é preciso proteger esse tipo de jogadores. Contudo, sempre que apito, para mim é sempre a "Equipa A" contra a "Equipa B", "Jogador A" frente ao "Jogador B". Respeito e tento ser respeitado por todos, sem ter em atenção os nomes dos jogadores.
Qual é o seu desejo para a final?
Espero que seja um grande jogo, em que o maior vencedor seja o futebol, pois vão estar milhões de pessoas a assistir. Espero que seja um encontro disputado com muito respeito entre os jogadores e entre jogadores e árbitros. Temos a oportunidade de enviar uma importante mensagem para todos os que vão estar a assistir ao desafio.

Comentários