Taça de Portugal: História

A Taça de Portugal comemora, esta temporada, a sua 69ª edição. A prova rainha do futebol nacional desperta paixões e tem um cariz muito próprio. É por isso que a presença no jogo decisivo é um objectivo que, de forma mais ou menos confessa, alimenta as ambições de todos os Clubes que participam na festa da Taça.
Emblemas de maior ou menor projecção, que protagonizaram campeonatos de grande nível ou mais modestos, que militam em diferentes escalões. Todos têm o desejo de chegar, no final, ao palco que se eternizou e que se confunde com a própria história da competição: o Estádio Nacional, no Vale do Jamor, onde se disputaram 56 das 68 Finais.
O SL Benfica é o Clube que soma o maior número de vitórias em Finais da Taça de Portugal. Ao longo de 68 edições, os “encarnados” festejaram o título em 24 das 33 presenças no jogo decisivo. Sporting (15/25) e FC Porto (13/25) seguem os benfiquistas, numa lista de vencedores que engloba mais oito emblemas (Boavista [5], Belenenses [3], Vitória de Setúbal [3], Académica [1], Sp. Braga [1], Leixões [1], Beira-Mar [1] e Estrela Amadora [1]).
Mas a Taça de Portugal que hoje conhecemos não é a mesma que em 1939 deu os primeiros passos. Nessa longínqua época de 1938/39, a Académica festejou o seu primeiro – e até agora único – título na prova, derrotando num lotado Campo das Salésias, em Lisboa, o Benfica, por 4-3. Vivíamos, então, numa época bem distante do actual profissionalismo, que permitia, por exemplo, ao guarda-redes da Briosa, Cipriano, dedicar-se igualmente ao hóquei em patins – tornar-se-ia, em 1947, o guardião da Selecção vencedora do primeiro Mundial da modalidade – e ao avançado “encarnado”, Espírito Santo, ser também um campeão no atletismo, coleccionando recordes nacionais no salto em altura, em comprimento e no triplo salto.
Nas primeiras edições da Taça, a prova era fechada a um restrito lote de 14 Clubes, com as eliminatórias a serem disputadas a duas-mãos. A partir de então, o modelo competitivo foi sendo sucessivamente alterado e adaptado, fixando-se, neste momento, na disputa de eliminatórias decididas a um só jogo, com as meias-finais a discutirem-se em duas partidas. Nesta época participaram um total de 173 equipas, que representam todos os Distritos de Portugal Continental e Regiões Autónomas.
É precisamente esta abrangência e diversidade que empresta um fascínio muito especial à Taça. Esta verdadeira “democratização” competitiva permitiu, por exemplo, que por cinco vezes um clube de escalão secundário atingisse o jogo decisivo: Vitória de Setúbal (1942-43 e 1961-62), Estoril (1943-44), Farense (1989-90) e Leixões (2001-2002), sem que no entanto nenhum tenha logrado vencer o desejado troféu.
As surpresas são, em boa verdade, parte da essência da Taça de Portugal. A glória, mesmo que efémera e limitada à continuidade em prova, faz incidir as atenções sobre emblemas de menor dimensão. O Tirsense de 1948-49 terá sido o primeiro verdadeiro “tomba-gigantes” da prova, ao afastar (2-1), logo na ronda inaugural, o Sporting dos “cinco violinos”, mesmo que os “jesuítas” tenham caído na eliminatória seguinte, com uma pesada derrota (1-5) no Algarve, diante do Lusitano de Vila Real de Santo António.
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in: FPF

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