Opinião: Olhos de lince para os assistentes





Na semana que passou, na matéria (Por que os árbitros erram?), ao responder as indagações de um número expressivo de leitores, afirmei que os erros de arbitragem são decorrentes das limitações físicas naturais de percepção visual e tornam-se inevitáveis porque provêm de humanos. A repercussão da nominada matéria atingiu patamares estratosféricos não só no Brasil onde foi divulgado em diferentes veículos de comunicação, em diferentes Blogs e jornais de alguns países do Continente Europeu. 

Diante da repercussão dos recentes equívocos de arbitragem ocorridos na Copa do Mundo da África do Sul e da citada matéria, realizei novas pesquisas a respeito do tema e constatei no British Medical Journal, um estudo publicado recentemente pelo Doutor Francisco Belda Marueda, que realizou uma pesquisa científica onde o indigitado especialista em oftalmologia, demonstrou que é humanamente impossível para um árbitro assistente numa partida de futebol, constatar na íntegra se aconteceu alguma irregularidade na (Regra XI – O impedimento). De acordo com a pesquisa de Belda, os olhos e o cérebro humano não são capazes de processar toda a informação visual necessária para aplicar a regra com exatidão. A pesquisa do indigitado oftalmólogo sobre o tempo de reação do
olho foi enviado à Fifa , à Uefa e a Real Federação Espanhola de Futebol, com o respaldo de cento e vinte sete cientistas, que pedem mudanças na lei do impedimento.

Na pesquisa, o pesquisador constatou que o árbitro deve olhar ao mesmo tempo para o jogador com a bola para comprovar quando fará o passe, para o seu companheiro o mais distante e o último defensor, em um processo que requer pelo menos dois movimentos sacádicos, os realizados pelos olhos para registrar cada um dos objetos em seu campo de observação.

O doutor Belda afirma na pesquisa, que os erros na aplicação do impedimento acontecem porque o assistente tem de mudar de objeto de visão em curto espaço de tempo, e não tem condições fisiológicas para isso. No final da sua pesquisa, Belda afirma que, são necessários meios técnicos, como a imagem da TV, para verificar se a regra pode ou não ser aplicada. Diante do exposto, e da pressão em âmbito mundial em cima da arbitragem, a Fifa terá que repensar a regra do impedimento nas próximas competições sob a sua jurisdição. Ou muda a regra ou a Fifa atende o clamor popular que pede a implementação da tecnologia no futebol.

PS: Uma sugestão à Fifa testada na última Copa das Confederações em 2008 na África do Sul. Naquela competição, o quarto árbitro tinha próximo de si um monitor de TV de 14’- na partida Brasil x Egito, o árbitro Howard Webb equivocadamente marcou escanteio contra os egípcios, (ele não observou toque de mão dentro da área penal de um defensor do Egito), porém, alertado através do ponto eletrônico pelo quarto árbitro que tinha o recurso do replay, voltou atrás antes da cobrança do tiro de canto, corrigiu seu erro marcando pênalti a favor do Brasil.


Fonte: Valdir Bicudo -apitodobicudo-blogspot.com


Observação: Texto escrito em Português do Brasil

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