Aliados de Lordelo condenado a pagar 41 700 euros à família de árbitro agredido



O Supremo Tribunal de Justiça condenou o Aliados de Lordelo a pagar 41 700 euros à família de um árbitro que ficou em coma depois de ter sido agredido na cabeça no campo daquele clube, em 1998.


Em causa está uma agressão, feita por um desconhecido, no final de um jogo de futebol, a contar para a 1ª divisão do Campeonato Distrital do Porto, entre o Aliados de Lordelo e a União Desportiva Sousense, a 9 de maio de 1998.

Jorge Humberto, que nesse jogo foi árbitro assistente, esteve em coma, tendo ficado com graves marcas da agressão.
O antigo árbitro morreu, há cerca de sete anos, mas a família avançou com o processo em tribunal, exigindo uma indemnização de 105 mil euros.

De recurso em recurso, o processo chegou ao Supremo, que, por acórdão de 28 de setembro, a que Lusa hoje teve acesso, fixou em 41 700 euros a indemnização a pagar pelo Aliados de Lordelo.

A ação visava ainda a Associação de Futebol do Porto, que foi ilibada.

Os factos ocorreram no final do jogo, que terminou empatado 2-2, um resultado conseguido pela equipa visitante a cinco minutos do fim, graças a uma grande penalidade contestada pelos adeptos do Aliados de Lordelo.

A partir desse lance, e segundo o acórdão judicial, os adeptos da equipa da casa iniciaram “um coro de insultos e gestos ameaçadores para com o trio de arbitragem”.

Terminado o jogo, o público forçou a vedação e entrou no campo, tendo os árbitros, no percurso até ao túnel e no interior deste, sido “agarrados pelas camisolas, que ficaram rasgadas”, e um deles “atingido com um pontapé”.
Outros adeptos da equipa da casa colocaram-se na placa do túnel que antecede a entrada para os balneários, insultando e atirando blocos de cimento aos árbitros.

Depois de terem estado retidos no túnel durante mais de meia hora, os árbitros tentaram entrar nos balneários, mas Jorge Humberto foi atingido na cabeça por um pedaço de cimento, “ficando a sangrar, prostrado no chão, com imediata perda de consciência”.

Para o tribunal, o Aliados de Lordelo violou a lei que consagra que o túnel de acesso aos balneários “deve ser construído tendo em vista a proteção, entre outros agentes do fenómeno desportivo, dos componentes da equipa de arbitragem”.
Podem ler mais a cerca deste processo aqui.


Fonte: TVS

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