Conheça Jorge Sousa e a sua vida calma


Jorge Sousa, que amanhã apita o Sporting-FC Porto, é tido como um dos melhores árbitros portugueses, facto também atestado pelas classificações dos últimos anos, já que foi o primeiro classificado da Liga em 2007 e 2008.

Natural de Lordelo do Douro, uma das freguesias do concelho de Paredes, Jorge Sousa, ainda jovem, chegou a jogar futebol no clube local, por onde também passaram, entre outros, José Mota, Jaime Pacheco ou Rui Barros, para citar apenas os mais conhecidos do planeta da bola.

Não tendo enveredado pela carreira de futebolista, talvez porque as expectativas profissionais não fossem grandes, acabaria por trilhar o caminho de muitos dos seus conterrâneos, dedicando-se ao negócio que tornou famosa a terra e a região, inserida num espaço contíguo ao território empresarial de Paços de Ferreira, cidade também conhecida como a Capital do Móvel.

Jorge Sousa entrou, portanto, no negócio das madeiras pela mão da família e a ele se foi dedicando com empenho e determinação, transformando-se hoje num respeitado empresário que vende toneladas de madeira em grosso para quase todo o Mundo.

Com uma vida estável e um núcleo familiar dedicado, o árbitro internacional encontrou o ambiente ideal para exercer o seu hobby sem quaisquer constrangimentos. Dono da sua independência financeira, seguro do seu potencial físico e técnico, amante do trabalho, foi subindo na escala e conquistando o respeito e a admiração dos demais agentes desportivos, a quem foi convencendo pela qualidade dos desempenhos em campo. «Ele não precisa da arbitragem para viver!...», justificam os amigos próximos, que assim ajudam talvez a explicar o alto rendimento do homem do apito.

Recatado, diz quem o conhece bem que não é frequentador de cafés ou de tertúlias, incluindo as futebolísticas. Muito virado para a vida familiar, tem na mulher e na filha pequena parceiras para todos os tempos livres, que não serão muitos, dada a intensa actividade profissional e ainda os treinos e as aulas na faculdade. É verdade, Jorge Sousa está a frequentar o curso de Gestão do Desporto, no ISMAI, na Maia, ambicionando tirar a licenciatura no final deste ano lectivo. Essa é outra faceta interessante da sua personalidade: parece nunca se dar por satisfeito com as coisas boas que a vida lhe vai oferecendo, preferindo enriquecer a sua folha de serviço com galardões e outros títulos.

Dos colegas da arbitragem não há quem alguma vez o tenha visto reclamar ou contestar as decisões dos superiores. Com efeito, Jorge Sousa faz gala da sua independência – também económica – e foge a sete pés da hipocrisia do beija-mão e da baixa intriga palaciana. Muito calado, só diz o que quer e a quem quer, consciente de que ocupa um espaço importante na estrutura do futebol, sobre o qual devem ser evitadas as polémicas e outras confusões. O seu silêncio é outra das imagens de marca, já que raramente concede entrevistas e só aqui e ali se permite debitar opinião em termos públicos.

É este perfil de personalidade que os jogadores reconhecem sobre o relvado. De poucas palavras, Jorge Sousa exibe um alto registo de eficácia, quer em termos técnicos, quer disciplinares, impondo o cumprimento das regras de forma natural, sem recurso a exageradas demonstrações de poder.

É este o homem que amanhã dirige o Sporting-FC Porto. Um garante de qualidade, afirma quem o conhece.

Fonte: A Bola

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