10 Questões a... João Almeida



O site de arbitragem RefereeTip.com e o site institucional da APAF - Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol iniciaram recentemente uma parceria online intitulada “10 Questões a…”.
Nesta rubrica, comum aos dois websites, convidamos semanalmente uma personalidade a responder a 10 questões relacionadas com a arbitragem.

Esta semana convidamos o ex-Arbitro Internacional de Futebol de Praia, João Almeida, a falar sobre a sua carreira ao longo de mais de 18 anos. João Almeida, é o árbitro Português de Futebol de Praia mais internacional de sempre tendo participado em 7 campeonatos mundo e arbitrado duas dessas finais.

JOÃO ALMEIDA

1.       O João Almeida é a figura maior destaque da arbitragem de futebol de praia em Portugal. Como foi o seu percurso na arbitragem até chegar ao “topo”?
R:Subindo a “pulso”, sem compadrios, aprendendo com os melhores, Jorge Coroado e Pinto Correia, acreditando e gostando muito desta modalidade, “vestindo” a camisola do futebol de praia e da arbitragem.

2.       Para além das questões técnicas, quais as principais diferenças entre dirigir um jogo de futebol de praia e de futebol de onze?
R:Toda a sua envolvência, o público, o ambiente, o FAIR-PLAY, as dificuldades que a própria areia proporciona ao jogo.

3.       Terminou a carreira de árbitro por limite de idade. Na generalidade concorda com os 45 anos como idade limite para se poder estar no activo?
R:Concordo que tem que haver um fim para tudo, quanto há idade!!!! Os 45 anos, “não são iguais, para todos os árbitros/as”, como tal é relativo se concordo com este limite de idade.

4.       Ainda se sentia em condições físicas e mentais para continuar a dirigir jogos ao mais alto nível?
R :Mentalmente, sentia-me a um nível nunca atingido, quanto a fisicamente, claro que a areia, o calor já exigiam um esforço que já custava acompanhar, mas que levei até ao último dia ao mais alto nível, com muito esforço, suor e lágrimas, porque para ter a festa de despedida que entendi que merecia ter e o BEACHSOCCER exigia de mim, levei uma infiltração no joelho, já que me encontrava lesionado.

5.       Quais as melhores recordações que guarda de todos os anos como árbitro? Quais os momentos mais marcantes?
R:O dia da minha despedida como árbitro foi o momento mais marcante da minha carreira com um estádio com 2000 pessoas a baterem palmas, os meus filhos e a minha esposa no centro do terreno a assistirem á entrega pelas mãos do coordenador nacional do futebol de praia Dr.João Morais um troféu da Federação Portuguesa de Futebol, mas outros momentos também foram marcantes tal como participar em 7 campeonatos do mundo, tendo apitado 2 finais dos mesmos, receber Troféus das mãos de Dr. JOÃO HAVELANGE,PRINCIPE ALBERTO DO MÓNACO,PRINCIPE DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS, ter tido um torneio de futebol de praia em minha homenagem na praia de Foz de Arelho,etc,etc.

6.       Que análise faz do momento presente da arbitragem de futebol de praia em Portugal? E perspectivas futuras?
R:Neste momento encontra-se instável, possivelmente devido a todas as contrariedades que tem havido no nosso país, principalmente a nível económico, mas muito me orgulho de ter participado na organização do 1º campeonato nacional de futebol de praia com o apoio institucional da Federação Portuguesa de Futebol, quanto ao futuro é continuar na organização do 2º campeonato e levar o Futebol Praia Nacional até onde ele nunca andou, ao mais alto patamar.

7.       Como vê o actual estado geral da arbitragem portuguesa? (recrutamento, formação, organização/estrutura e qualidade dos árbitros)
R: Muito em baixo, com pouco crédito, quero dizer, que cada vez os mais jovens, têm menos interesse em vir para árbitros, cada vez mais, em virtude de haver poucos candidatos, há menos escolha , como tal menos qualidade menos competitividade , há associações que iniciam a época sabendo quem vão indicar aos quadros dos Nacionais o que é realmente triste, a arbitragem Portuguesa tem que levar um abanão urgentemente senão está em risco de cair num precipício sem saída a curto prazo .

8.       A curto prazo a arbitragem portuguesa deverá passar a ser gerida por um só órgão, deixando de estar dividida entre LPFP e FPF. Qual o perfil que traça do presidente desse Conselho de Arbitragem unificado? Que nomes se enquadram, a seu ver, nesse perfil?
R:O futebol Nacional necessita de um grande abanão, está na hora “DOS CHAMADOS VELHOS DO RESTELO” se retirarem, de darem lugar a gente nova com ideias e projectos novos, com vontade e “ganas” de melhorar a arbitragem Nacional, alguém que traga um projecto com novos desafios tanto para a Arbitragem como para o Futebol Nacional, como tal nomes não tenho, mas desde que seja alguém que se enquadre neste perfil , a arbitragem Nacional estará no bom caminho.

9.       Vai manter-se ligado à arbitragem? Em que funções e quais os desafios/objectivos a que se propõe?
R:Sim, enquanto acharem que a minha ajuda e colaboração seja positiva, mas sempre dentro dos meus parâmetros e nunca para agradar a terceiros, mas sim á arbitragem, então sim contem comigo, estarei 101% disponível para ajudar e apoiar, mas sempre com um objectivo definido “O MELHOR PARA OS ÁRBITROS E PARA A ARBITRAGEM”.

10.   Que questão nunca lhe colocaram mas à qual gostaria de responder?
R: O que leva um árbitro a vender-se, trocando a sua integridade, por uns míseros trocos, sabendo que a mentira tem perna curta e a justiça acaba sempre por aparecer?
E porque razão não é entregue a coordenação e orientação da arbitragem e dos árbitros a árbitros, mas sim a “curiosos”, só porque são amigos e talvez lhes devam “favores”?

O RefereeTip agradece a João Almeida a sua disponibilidade e amabilidade em participar nesta rúbrica “10 questões a…”

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