10 Questões a... Luís Reforço



O site de arbitragem RefereeTip.com e o site institucional da APAF - Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol possuem uma parceria online intitulada “10 Questões a…”.
Nesta rubrica, comum aos dois websites, convidamos semanalmente uma personalidade a responder a 10 questões relacionadas com a arbitragem.

Após duas semanas sem entrevistas para a nossa rubrica semanal o RefereeTip volta a apresentar mais uma grande entrevista. Para esta semana o convidado é o árbitro Luís Reforço.
O Luís Reforço, árbitro da AF Setúbal, é um árbitro actualmente da 2ª categoria nacional mas que já esteve na 1ª categoria.


LUÍS REFORÇO


1. O que te levou a enveredar pela carreira de árbitro?
R. Foi em 1992 após um convite de um amigo, também árbitro, para frequentar o curso e a partir daí gostei e fiquei…


2. Acreditas na arbitragem portuguesa? 
R. Sem dúvida que sim. Em primeiro lugar, porque faço parte dela. Não integrava nada em que não acreditasse. Em segundo, pela competência que a mesma demonstra. Por último, pela qualidade e quantidade das nomeações provenientes da UEFA e da FIFA.


3. Quais os momentos mais marcantes, pela positiva e pela negativa, que já viveste como árbitro?
R. Felizmente que já vivi momentos muito positivos ao longo da minha carreira. É difícil destacar um, mas a fazê-lo posso destacar o 1º jogo arbitrado na Super Liga.
Pelo contrário, não tenho dúvidas em destacar o pior momento da minha carreira. Tal ocorreu num U.Lamas-Oliveirense, em 2006/2007, a contar para o CN 2ª Divisão.


4. Como foi viver uma descida da 1ª para a 2ª Categoria Nacional?
R. Foi terrível. É inenarrável esse momento. E os meses seguintes até voltar a arbitrar foram dramáticos. Se bem que, os primeiros jogos arbitrados desta época também não foram fáceis. Há que ser muito forte psicologicamente para continuar a dar 100% como até então.


5. Quais as principais diferenças entre dirigir um jogo da Liga Profissional de Futebol e um da 2ª Divisão “B”?
R. São muitas diferenças. Organização, Preparação, Gestão, Velocidade, Mediatismo, Exposição, …


6. Quais os teus objectivos de carreira a curto e médio/longo prazo?
R. Os objectivos começam a ficar limitados temporalmente pela questão regulamentar mas passarão sempre por ficar na melhor classificação possível, garantidamente.


7. A Profissionalização da Arbitragem é uma das questões que está sempre em discussão na arbitragem portuguesa. És favorável a esta mudança? Como é que ela se pode concretizar?
R. Obviamente que sou favorável à profissionalização. Será difícil concretizar-se em Portugal a curto/médio prazo. Talvez possa concretizar-se passando pelo apoio estatal e através de publicidade associada às competições.
Penso que seria bem mais fácil começar a profissionalização pela base, que seria por exemplo a 3ª Categoria Nacional e não pelo topo, porque os meios envolvidos quer sejam económicos, financeiros ou até sociais seriam bem diferentes daqueles que serão no topo, se tal se concretizar por aí.
E depois poder-se-iam aproveitar essas pessoas na formação e na captação de forma a substituir os Núcleos que estão falidos e que cada vez menos conseguem dinamizar os árbitros e a arbitragem.


8. Tens ou tiveste algum árbitro que vejas como uma referência para ti?
R. Nunca tive nenhum árbitro como referência especial. Sempre fiz questão de nunca copiar estilos ou identidades e de assumir o meu próprio estilo. Sempre tentei sentir-me bem com aquilo que faço e procurei sempre tentar fazer melhor. Para tal, é preciso manter o espírito autocrítico, numa perspectiva natural de evolução.


9. Qual o pior erro que um árbitro pode cometer?
R. Aperceber-se que cometeu um erro que prejudicou uma equipa e depois tentar compensá-lo. 


10. Que questão nunca te colocaram mas à qual gostarias de responder?
P. O que fazes fora do terreno de jogo, antes e depois do jogo?
R. Tento fazer uma vida normal como qualquer outra pessoa. Depois adapto a minha vida, ao dia do jogo que vou arbitrar adequando toda a preparação pré-jogo à realidade da competição que vou enfrentar.
Essa preparação passa pelos aspectos mentais, físicos, técnicos e até sociais, embora os jogos da 2ª Divisão não tenham o mesmo impacto e mediatismo que os da 1ª.
Sendo que o objectivo dessa mesma preparação é chegar ao jogo confiante nas minhas capacidades e totalmente preparado para as exigências solicitadas.
Após o jogo, tento recordar todo o desempenho da equipa de arbitragem, revivendo os aspectos mais marcantes desse próprio jogo como forma de consolidação dos pontos fortes do desempenho e tentar encontrar pontos fracos de forma a melhorar futuramente.


O RefereeTip agradece a disponibilidade demonstrada pelo Luís em cooperar com a rubrica "10 Questões a...". 

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