Arbitragem em Portugal: O futuro passa pela profissionalização


A Comissão de Arbitragem da Liga é a entidade responsável pela regulação da actividade em Portugal. Paulo Paraty explicou ao JPN como funciona o sistema de classificação e de nomeação dos árbitros.
A arbitragem no futebol em Portugal está sujeita às regras da Comissão de Arbitragem da Liga. A equipa que compõe a comissão é escolhida pelos clubes e pelas sociedades desportivas. É responsabilidade da Comissão de Arbitragem fazer as nomeações das equipas de arbitragem para os jogos organizados pela Liga Portuguesa de Futebol e classificar os árbitros tendo em conta as notas que são dadas pelos observadores nos jogos.
O sistema de classificação dos árbitros é "complexo", tal como refere Paulo Paraty, ex-árbitro de futebol, que explicou ao JPN as quatro vertentes que o compõem.
Paulo Paraty diz que a nota que o árbitro recebe no final do jogo "vai do zero ao cinco". Apesar disso, as classificações "dificilmente sairão do eixo entre o dois e o quatro", refere. Na escala de classificações a pontuação três é considerada "uma nota relativamente baixa". No entanto, tal como explica o ex-árbitro de futebol, só se classifica como nota negativa aquelas que ficarem abaixo de três.
No que respeita à nomeação dos árbitros, Paulo Paraty refere que "os critérios são da responsabilidade da Comissão de Arbitragem e do próprio presidente". Ainda assim, fez referência aos critérios que conhece.
Para Luís Freitas Lobo, comentador desportivo, não "é só um jogo que determina a escolha, ou a não escolha, de um árbitro", é preciso ter em conta todo o historial do árbitro e todos os critérios de nomeação.

Profissionalização dos árbitros pode ser o caminho a seguir

Luís Freitas Lobo diz que o caminho da arbitragem em Portugal passa, ou deve passar, pela "profissionalização" da profissão. O comentador diz que "não faz sentido que, numa actividade como o futebol, onde se movimentam milhões de euros e em que os jogadores e os treinadores são profissionais, os árbitros sejam uma entidade amadora", adianta.
O problema, de acordo com o comentador, é a "falta de uma política de fundo para proteger os árbitros", algo que deriva também da posição assumida pela "UEFA e pela FIFA que os proíbe de falar". O comentador diz que isso dificulta a tarefa de "fazer uma boa gestão da sua imagem".
O que acontece geralmente é que se "fica sempre com o erro deles e nunca com a explicação de porque é que o erro aconteceu". "Eles aparecem, apitam e desaparecem. Ouvem as críticas e os elogios, mas nunca falam", remata.

Fonte: JPN

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