Opinião: Os 148 anos das Regras do Jogo de Futebol

Pouca gente sabe, mas este ano as regras que regem o futebol dentro das quatro linhas fazem aniversário: 148 anos!  Isso mesmo. Elas são de 1863, tempo em que o Brasil ainda tinha imperador e comprava os seus produtos industrializados. Se bem  que hoje em dia...bom, deixa pra lá. O que importa é que esta data deveria ser festiva, mas não é. Vejo o vôlei e o basquete e outros esportes  aperfeiçoando-se constantemente em busca do espetáculo, do entretenimento em todo o mundo, porém, analisando o  desenvolvimento do futebol, noto um apego anacrônico a determinações do tempo da rainha Vitória. Tivemos vicissitudes nas regras, claro, como as três substituições, o fato de o goleiro não poder apanhar a bola e ter que repô-la em jogo em seis segundos. Porém, convenhamos, às metamorfoses introduzidas nas regras nesses anos foram a meu ver tênues

Tenho pensado nos últimos meses algumas idéias que me vêm a mente diariamente, visando a otimização da prática do futebol e aqui quero exprimi-las. Que tal reduzirmos o número de jogadores para dez por equipe?  
Com apenas vinte atletas em campo teríamos mais espaços e um jogo mais franco ao invés das retrancas e dos famigerados sistemas de jogo que empanam o brilho das partidas de futebol. Proponho a diminuição dos salários dos jogadores, que ganham na atualidade uma fortuna e são causas de muitas falências de clubes em todo o planeta, que pagam salários exorbitantes aos atletas sem qualquer planejamento.

Sugiro dividir os tempos do jogo  de maneira diversa da existente: três tempo de trinta minutos com cinco de intervalo. Seria melhor para os atletas e também para os anunciantes, que teriam um espaço maior para veicular seus produtos.  Outra proposição, seria rever o tempo de bola em jogo. O torcedor paga para ver noventa minutos de futebol, porém com algumas exceções   (nos campeonatos da Europa, na Champions League (Uefa), Eliminatórias da Copa e na própria Copa do Muindo), o que se observa na maioria das partidas é cinquenta minutos de bola em jogo  e olhe lá. Penso que entre 75 e 80 minutos de bola rolando seria uma medida de respeito ao torcedor/consumidor. A Fifa vem implementando ações no sentido de que uma partida tenha entre 70 e 80 minutos de bola em jogo.

A questão do famigerado carrinho, por trás, ou em qualquer circunstância, não há o que discutir: cartão vermelho! Perguntem ao ex-astro holandês Marco Van Basten o que ela pensa sobre esse  tipo de "entrada criminosa", e porque ele encerrou de forma precoce a sua carreira. Já que falamos em "carrinho assassino", falemos também das faltas. Não há mais sentido em pleno século XXI, em  não se estabelecer um limite de faltas por jogo. Sugiro ao Board e a Fifa um experimento com um limite de quinze faltas por partida. Ao cometer a 16ª infração a equipe infratora seria punida com tiro livre direto a partir da meia-lua sem barreira, como aconteceu num experimento realizado no Torneio Rio/São Paulo em 1996. Levanto a questão das faltas, porque a  impressão que se tem observando alguns jogos de diferentes Continentes, é de que há um conciliábulo entre árbitro, o "cabeça de bagre" e os técnicos que determinam que o atleta de talento seja parado a qualquer custo.  E porque não iniciar uma experiência com dois árbitros?  Se cada árbitro ficasse responsável apenas por uma metade do campo, gastaria menos energia, poderia elucubrar melhor as tomadas de decisões  quando o jogo estivesse sob seus domínios, acompanharia com maior exatidão os lances e a nosso ver minimizaria as possibilidades de equívocos. E, por último, pensando no futuro, também acho de  fundamental importância o uso do VT para equacionar os lances que fujam do campo visual da arbitragem.

Mas quem pode ouvir, discutir, determinar ou modificar  qualquer das sugestões aqui nominadas, nas Regras do Jogo, é o International  Football Association Board, já que desde a sua fundação nenhum outro organismo tem poderes para determinar a realização de nenhuma experiência, tirar ou acrescentar algo às regras sem a sua anuência. 




Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com
Escrito em Português do Brasil

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