FPF já desperdiçou 500 mil euros da UEFA para acções de formação na arbitragem


A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) não conseguiu nos últimos anos arrecadar as verbas que a UEFA distribui anualmente para formação no sector da arbitragem.
O organismo que tutela o futebol europeu oferece, desde 2006, uma verba de 200 mil euros no primeiro ano e 100 mil nas temporadas seguintes às federações que abraçaram todos os regulamentos exigidos pela sua convenção. Mas a FPF ficou de fora: tentou aderir no início da temporada de 2007, mas o pedido foi recusado por não obedecer a duas regras: não possuir um conselho de arbitragem único e o acesso por parte dos clubes aos relatórios dos observadores dos árbitros. Por causa disto, meio milhão de euros não entraram nos cofres federativos.

"Infelizmente não aproveitámos verbas a que poderíamos facilmente ter acesso e que ajudariam a formação da arbitragem", reconheceu ao PÚBLICO o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Carlos Esteves, que já há dois anos avisou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) de que a UEFA não permitia a divulgação dos relatórios dos observadores dos árbitros. O certo é que ainda hoje os clubes continuam a ter acesso aos relatórios, desde que manifestem interesse.

Contactado pelo PÚBLICO, o actual presidente da comissão de arbitragem da LPFP, Vítor Pereira, assegurou que "esta será a última temporada em que isso acontece, até porque já foi explicado aos clubes que a prática é contrária aos regulamentos da UEFA". Vítor Pereira sublinha que com a entrada em vigor dos novos estatutos federativos a arbitragem será unificada e, tal como já acontece na Taça de Portugal, os clubes deixam de ter acesso por completo aos relatórios dos observadores dos árbitros.

A avaliação dos juízes é um dos temas que poderá mudar depois da aprovação, anteontem, em Assembleia Geral da Liga de uma experiência-piloto, em que além dos relatórios dos observadores, passa a existir também o recurso ao visionamento de imagens televisivas para avaliar os árbitros, ainda que este último parâmetro não tenha, esta época, peso na classificação final. "Sou a favor desta experiência que, ao não ter peso na classificação, permite ir vendo o que está bem e mal e mudando. No final da temporada tiramos ilações. As boas e as negativas", explicou Vítor Pereira sobre uma medida que Guilherme Aguiar, ex-director executivo da Liga, também já tinha proposto em 2002.

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol também concorda, desde que todos os árbitros sejam avaliados equitativamente. "A Liga terá de definir o número de câmaras presentes em todos os jogos que contam para a observação dos árbitros", diz Luís Guilherme.

Fonte: O Publico

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