Alexandre Mestre: «É vital a criação de um Tribunal Arbitral do Desporto»

O atual momento menos positivo no futebol português está a preocupar todos os responsáveis ligados à modalidade. Nesta quinta-feira, nas Jornadas de Direito e Desporto da Universidade Lusíada, em Lisboa, o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, voltou a manifestar-se em relação ao tema e também o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), José Luís Arnaut, deu a sua opinião.

Alexandre Mestre reiterou a importância da criação de um tribunal arbitral do desporto em Portugal: «Não sendo a panaceia para resolver todos os conflitos no âmbito do desporto, é vital a criação de um Tribunal Arbitral do Desporto para descongestionar os nossos tribunais - por isso tem havido uma articulação forte com o Ministério da Justiça - e que possibilite que as decisões sejam mais céleres porque os calendários desportivos não se compaginam com decisões morosas.»

Por seu lado, José Luís Arnaut, que ainda não se tinha pronunciado, apelou ao «fair-play» dos dirigentes para evitar que o clima de crispação não conduza à violência.

«Como presidente da AG, apelo à responsabilidade da dimensão social dos clubes e do exemplo que têm que dar relativamente a esta matéria. Porque se os jovens portugueses veem este incentivo, este exemplo, nestes que são alguns elementos de referência, estes exemplos levam à violência. E o desporto é na sua génese tudo menos um exemplo de violência», afirmou.

Arnaut entende, por isso, o motivo que pode levar os árbitros a fazerem greve, mas salienta que não se pode encontrar «bodes expiatórios». «O que está em causa é porque que é que os árbitros foram empurrados para esta circunstância. E foram-no porque houve crispação, um momento em que tentaram encontrar bodes expiatórios», justificou.

Como orador, Arnaut abordou o tema das medidas de proteção ao jovem jogador português e mostrou-se preocupado com o futuro do futebol em Portugal.

«Há uma tentativa do Governo de implementar um conjunto de medidas e incentivos para que os clubes cumpram a sua missão e se a faça formação a jogadores portugueses. Se não forem tomadas medidas colocamos o problema que daqui umas gerações não teremos jogadores de origem nacional que possam participar nas nossas seleções», revelou.


Fonte: Mais Futebol

Comentários