Foi o primeiro passo da investigação, mas a PJ sabe que será difícil à agência norte-americana obter junto dos responsáveis do servidor a identidade dos piratas que ali depositaram a informação, obtida de forma ilegítima, provavelmente dos ficheiros informáticos da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF). Só em casos de suspeitas de crimes mais graves, como terrorismo, os responsáveis do servidor estão obrigados por lei a revelar a identidade dos seus clientes – neste caso, os piratas informáticos portugueses.
Entretanto, a informação com contactos telefónicos, moradas e identidade dos pais dos árbitros, entre outros dados, já foi retirada da net. Gustavo Sousa, presidente da APAF, disse ao CM que alguns juízes e respectivas famílias "já foram ameaçados e intimidados com telefonemas anónimos". "É uma situação intolerável, pelo que as autoridades têm de estar atentas", vincou.
A queixa chegou ontem à PJ e o dirigente frisou que elementos da Comissão Nacional de Protecção de Dados estiveram na sede da APAF, em Lisboa, a fazer peritagem aos computadores. Adiantou, ainda, esperar que a PSP passe a vigiar com atenção as zonas onde vivem os árbitros. "Não se compreende que, para denegrir a arbitragem, se esteja a recorrer a estes métodos", observou.
SIS E PSP AVALIAM GRAU E AMEAÇA
O inquérito aberto ontem na PJ deverá passar já hoje a ser coordenado pelo Ministério Público, através do DIAP de Lisboa ou do DCIAP – que terá rapidamente de apurar se a segurança dos 25 árbitros de futebol está em causa com a divulgação de dados pessoais, como moradas. A avaliação ficará a cargo dos Serviços de Informação de Segurança e da PSP, que através do Corpo de Segurança Pessoal, caso se justifique, pode dar protecção pessoal aos árbitros que estejam sob ameaça.
Fonte: Correio da Manhã
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