Profissionalização dos árbitros debatida em Coimbra

“Erros ocorrerão sempre, fazem parte do jogo”. Esta foi a principal conclusão a que chegou a equipa formada pelo Governo para debater a actividade e eventual profissionalização dos árbitros em Portugal. A questão voltou ontem a ser debatida em Coimbra, em torno do tema “Árbitros e entidades equiparadas - avaliação da actividade e eventual ‘profissionalização".



João Leal Amado, coordenador do grupo de trabalho, ao lado do secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre

João Leal Amado, coordenador do grupo de trabalho, apresentou as linhas gerais do relatório divulgado em dezembro, dando conta que o debate incidiu sobre duas questões: se se devia seguir pela via da profissionalização destes agentes desportivos, e, em caso afirmativo, qual o regime jurídico mais adequado para enquadrar a profissionalização dos árbitros. O consenso em torno da necessidade de profissionalização dos árbitros foi geral.
Já em relação ao enquadramento jurídico, a questão foi deixada em aberto para continuação de debate, embora o grupo de trabalho considere que se deverá avançar com a possibilidade de os árbitros serem titulares de contratos de trabalho com as federações desportivas, ou até com as respectivas ligas profissionais, a partir do momento em que integram a elite de cada uma das modalidades, sobretudo quando se estiver perante competições desportivas de carácter profissional. “Todos entendemos que não faz sentido que, no desporto profissional dos nossos dias, tomando como referência o futebol, com atletas e treinadores altamente profissionalizados, que a pessoa que se apresenta como árbitro seja alguém que tem essa actividade como hobby. Mesmo que se avance com a profissionalização dos árbitros, não se pense que se vão alterar os hábitos semanais de discussão em torno das decisões dos árbitros”.
João Leal Amado adiantou que, actualmente, só no futebol é que haveria neste momento capacidades financeiras para avançar com a profissionalização dos árbitros. “Algumas actividades desportivas mediatizaram-se e profissionalizaram-se a tal ponto que obrigam a que quem arbitra estas actividades tenha também de estar profissionalizado”.
O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, aludiu à importância do relatório, ressalvando que o Estado, apesar de ter sido o dinamizador do grupo de trabalho, apenas pretende intervir se for chamado para o caso. “O Estado não vai legislar para algo que o movimento associativo não quer. Neste momento, não existe consenso sobre quem, como e quando se deve fazer a legislação da profissionalização da figura do árbitro. Se se achar que o Estado deve interferir, fá-lo-á. Os árbitros são um elemento desportivo vital que precisa de competências para exercer a actividade”.
Fonte: CM

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