Opinião: Vamos ajudar os árbitros?


Artigo de Opinião de Paulo Julio Clement sobre o futebol brasileiro mas que tão bem se pode aplicar deste lado do Atlântico...



Vamos ajudar os árbitros?

Muitos jogadores, técnicos, torcedores e até jornalistas em nada colaboram para que os árbitros realizem seu trabalho com mais tranquilidade

Em geral, a arbitragem brasileira comete erros absurdos. Em desvantagem na relação contra as dezenas de câmeras que acompanham as partidas de futebol, os homens do apito veem reveladas a todo instante seus equívocos, que não são poucos. Não é novidade.  Posto isso, volto as baterias para o outro lado, ou seja: jogadores, técnicos, torcedores e até jornalistas que em nada colaboram para que os árbitros realizem seu trabalho com mais tranquilidade.
Jogadores trocam entradas desleais, simulam cinicamente faltas que não acontecem, cotoveladas inexistentes e tornam o ambiente nas quatro linhas extremamente tenso.
Jogadores e técnicos cada vez mais reclamam das marcações, seja um pênalti decisivo ou simples laterais. Aos berros, palavrões e, em geral, com gestos ostensivos eles tornam o ambiente nas quatro linhas extremamente tenso.
A violência das torcidas, com atitudes imbecis e cretinas como as cometida por parte dos simpatizantes do Cruzeiro, que atiraram objetos de toda sorte no gramado, não são demonstração de incentivo a sua equipe. São apenas atitudes incivilizadas que buscam coagir adversários e, claro, o árbitro. Movimentos assim tornam o ambiente nas quatro linhas extremamente tenso.
Raramente a imprensa fica indignada com excessos de jogadores, técnicos e vândalos travestidos de torcedores na mesma proporção que analisa os erros de arbitragem.
APENAS CHEGOU A HORA DE DIVIDIR RESPONSABILIDADES
Simples assim. Ninguém aqui está eximindo os árbitros de seus vários e, muitas vezes, decisivos erros. Apenas chegou a hora de dividir responsabilidades. Vimos no último fim de semana, jogadores de Vasco e Fluminense acima da medida nas "ponderações" com o árbitro. Vimos o "sereno" Dorival Júnior esbravejar, gesticular, questionar de forma exagerada uma marcação, diga-se de passagem, correta do árbitro do jogo contra seu Flamengo. Vimos os fãs cruzeirenses transformarem o gramado do Independência numa praça de guerra, na qual os jogadores como Leandro Guerreiro, por exemplo, esbanjaram em jogo de cena e simulações. Houve erros de arbitragens nos jogos Vasco x Flu, Fla x Botafogo e Cruzeiro x Atlético? Houve. Contudo, ninguém fez nada para colaborar com os homens do apito. Azar do futebol.

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