Presidente da APAF tolera críticas a Xistra


O presidente em exercício da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) disse ontem à agência Lusa que as críticas à arbitragem de Carlos Xistra, no encontro entre Académica e Benfica, estão dentro do limite do razoável.
«São críticas que nós, após termos consultado o árbitro e a própria APAF ter reunido e analisado algumas questões do fim de semana, pensamos que atingiram o limite do razoável. Não passou daí, não puseram em causa a equipa de arbitragem, no seu sentido de honestidade ou idoneidade, apenas têm uma divergência de opiniões em determinados lances», afirmou José Fontelas Gomes, em declarações à Lusa.
A presidir à APAF desde o pedido de suspensão do mandato de Gustavo Sousa, por motivos profissionais e desportivos, que remonta a 14 de agosto e se prolonga até 04 de novembro, José Fontelas Gomes apelou a que seja conferida «mais tranquilidade às equipas de arbitragem», para que «o futebol português consiga alcançar um outro patamar».
Recordando um dos lances que motivou alguma contestação por parte do treinador do Benfica, Jorge Jesus, à arbitragem do albicastrense Carlos Xistra no encontro de domingo, que terminou com um empate 2-2, o presidente da APAF considerou-a como uma divergência técnica.
«Para essas pessoas o lance é fora da área, para a equipa de arbitragem é dentro. É uma divergência de opinião técnica e não passou disso. Penso que não nos merece uma ação que não seja o de, mais uma vez, pedirmos aos agentes desportivos que tenham contenção nas palavras e não prejudiquem o futebol português com estas críticas», sublinhou.
Distinguindo a tensão ocorrida na época de 2011/12, quando foram divulgados dados pessoais dos árbitros da primeira categoria na Internet, José Fontelas Gomes reconhece que o «tom e o conteúdo das críticas são completamente diferentes».
«No ano passado foram divulgados esses dados e tivemos de ter mais atenção à segurança dos árbitros. Neste momento, ainda não chegámos a um ponto desses e espero que não cheguemos. Espero que não passe desta linha, que obviamente está perto do fim da linha em termos de aceitação e de razoável, mas que seja a crítica pela crítica e de divergência de opiniões», sustentou.
No entanto, o presidente em exercício da APAF reconhece que a contestação do Arouca à arbitragem de João Capela na receção ao Sporting B, em jogo da sexta jornada da II Liga, «extravasou tudo e mais alguma coisa».
«Podemos desculpar, ou não, com o momento atual do país, em que as pessoas estão com menos capacidade de aceitar o que quer que seja e vejam no futebol uma forma de descarregar essa ira e esse mau estar que a crise provoca. Agora, estamos atentos, não ponderamos nenhuma ação mais visível e estamos a acompanhar os desenvolvimentos, semana após semana, e, sinceramente, esperamos que não ultrapasse as críticas sem ofender os agentes da arbitragem e que não estrague a imagem do futebol português», explicou o dirigente, reconhecendo que «nunca é fácil dirigir a arbitragem no futebol».

Fonte: Sapo Desporto

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