Opinião: Atenção às arbitragens americanas

Autor: Rui Alexandre Jesus
Fonte: Record

Atenção às arbitragens americanas

Realizada a eleição do presidente norte-americano, seria bom que continuassem as análises sobre como se fazem as coisas nos Estados Unidos da América. Os maus exemplos servem para ponderarmos o que não fazer, os bons serão para se seguir; exceto em Portugal, pois orgulhosamente achamos sempre que temos que inventar à nossa maneira, entendendo-se que é uma fraqueza “copiar” o que outros já fizeram.

No soccer americano (o nosso conhecido futebol) já se começa a recrutar árbitros europeus – para já só ingleses – para evitar a repetição do que está a suceder no futebol americano (que nós conhecemos como uma espécie de râguebi). A figura do árbitro, que não era central na modalidade, tem estado durante este ano de 2012 na ribalta após uma sucessão de graves erros de arbitragem, expostos pela dimensão da cobertura televisiva de tais jogos.

Tais erros resultaram do recurso a árbitros menos treinados e não tão bem preparados quanto os seus colegas profissionais. A liga americana, a braços com uma greve, mostrou um aspeto positivo do profissionalismo na modalidade, mas revelou outro negativo: o corporativismo laboral, permitido no quadro de uma negociação sindical focada em garantir um regime de reformas.

Poucas coisas na vida são perfeitas, sendo que o profissionalismo no fenómeno desportivo tem, naturalmente, pontos piores e outros melhores. Contudo, creio que a maioria dos protagonistas em Portugal já concordou que serão mais os benefícios do que os malefícios para a arbitragem, no dia em que se organizar de forma profissional.

Curiosamente, também por causa de uma outra greve, a liga americana de hóquei no gelo teve algumas perturbações no início da época. Mas, mais erro menos erro, jogadores, treinadores e dirigentes não deixaram de concordar num facto: de todos os agentes desportivos envolvidos os árbitros têm a função mais difícil durante um jogo. Custa muito admitir isso por cá? Depois sim, distingam-se os bons dos maus...

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