Pedro Henriques: Taça da Liga

Os procedimentos no que diz respeito ao não cumprimento do horário do início dos jogos são os seguintes: o árbitro, na reunião técnica, uma hora antes do jogo, informa sobre o "count down" e reforça sempre a importância do cumprimento dos "timings" apresentados. A partir do momento em que uma equipa não cumpre o horário, deve o árbitro perguntar ao seu capitão, assim que o mesmo chegue, o motivo que levou ao atraso, mencionando no relatório de jogo as razões apresentadas pelo capitão, bem como o tempo de atraso, e consequentemente a hora a que posteriormente se iniciou o jogo. O árbitro deve ainda informar o delegado da Liga para que esses factos (minutos de atraso, hora de início de jogo e razões invocadas para o atraso) possam também constar do seu relatório. Acrescentar ainda que também o observador do árbitro tem de mencionar no relatório que elabora o tempo de atraso do início de jogo, bem como a hora a que o mesmo se iniciou. De referir ainda que estes procedimentos também são todos válidos para eventuais atrasos no cumprimento do tempo de intervalo que, de acordo com a lei, não pode exceder os 15 minutos. 

O local das faltas é importante para a análise das infrações nomeadamente quando elas ocorrem nos limites das áreas. A regra base é que conta o início da ação para determinar o respetivo local da infração, sendo que a lei apenas tem uma exceção, que é quando um jogador é agarrado fora da área e entra dentro da mesma agarrado e só depois é que cai, neste caso não conta para efeitos de punição o início da ação mas o local onde termina. 

A lei 12 faltas e incorreções, na página 118, fala sobre as diversas nuances que existem no que diz respeito a "agarrar um adversário", dizendo entre outras coisas o seguinte: se um defensor começa a agarrar um atacante fora da área de grande penalidade e prossegue a sua ação para o interior da área, o árbitro deve conceder um pontapé de grande penalidade. Foi neste contexto que se enquadrou a grande penalidade cometida por Igor Rossi sobre Ghilas e que foi corretamente assinalada pelo árbitro Manuel Mota. 

Os temas abordados, em matéria de arbitragem, na reunião onde estiveram alguns dos clubes do futebol profissional, foram os seguintes: o sorteio puro dos árbitros, as classificações públicas, a profissionalização em "full time" e o recurso às novas tecnologias e imagens televisivas. O lado positivo está no facto de haver uma nítida preocupação em contribuir para uma melhor arbitragem, naturalmente com mais competência, menos erros e mais transparência. O lado negativo é que alguns dos conteúdos e ideias propostas revelam o desconhecimento da forma de funcionamento das instituições internacionais que regem o futebol mundial e, por outro lado, um total desajustamento à realidade e funcionamento do sector da arbitragem propriamente dita. Louve-se a iniciativa, mas convém que os temas propostos tragam efetivamente contributos práticos para a evolução do sector e não sejam só um conjunto de propostas não exequíveis e sem qualquer aplicação prática e descontextualizada da realidade. 


Fonte: O Jogo

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