A Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga vai analisar a participação feita pelo Beira-Mar a propósito de um incidente entre o árbitro Ioan Vasilica e o seu jogador Backar, durante o jogo da 1.ª ronda da Taça da Liga entre a equipa aveirense e o Feirense, que terminou empatado 2-2. O árbitro de origem romena, que pertence ao Conselho de Arbitragem de Vila Real, deverá ser chamado a depor para dar a sua versão dos factos, podendo apresentar testemunhas. O mesmo se passa com o jogador da equipa aveirense.
Segundo Backar, o árbitro falou de si usando termos impróprios, quando o apontou a um colega como o autor de uma grande penalidade que acabara de assinalar. “Foi aquele preto com o n.º 6 que fez a falta”, contou Backar o que aconteceu quando o árbitro se dirigiu ao seu capitão de equipa, Ricardo Dias.
Para a resolução deste caso contam também os relatórios dos delegados ao jogo – Abel Cutelo e Rui Pinheiro – e também do observador do árbitro.
Compete à CII chamar as partes, se entender que há razão para isso, arquivar o processo ou elaborar uma proposta de acusação que seguirá para o Conselho de Disciplina da FPF.
Ioan Vasilica, que está a terminar o seu doutoramento em Educação Física na UTAD, acabou por ter uma estreia que não queria em jogos entre equipas profissionais, ele que faz parte de um grupo de 12 jovens árbitros de elevado potencial, candidatos ao quadro principal. O árbitro radicado em Vila Real não quis prestar declarações. José Gomes, presidente da APAF, também não quis falar sobre o assunto, alegando que está ainda “a reunir dados”.
Ioan Vasilica pode enfrentar dois tipos de cenários em termos de consequências jurídicas, para além do arquivamento. Em causa pode estar a violação do artigo 198 do Regulamento Disciplinar, que visa comportamentos menos corretos, ou o artigo 192, que, por sua vez, incide sobre ameaças, injúrias e ofensas praticadas por um árbitro sobre um jogador. O uso de expressões “injuriosas, difamatórias ou grosseiras” pode implicar uma pena que vai de 3 a 15 jogos de suspensão. No caso menos grave, a pena oscila entre 1 e 5 jogos.
Fonte: Record
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