Quebra de comunicação entre VAR e Dragão não podia ser resolvida com telemóvel

"É expressamente proibido", esclarece Duarte Gomes. O ex-árbitro reconhece que a arbitragem do dérbi foi mal conduzida, mas assinala que os lances capitais foram bem ajuizados.
Não é permitido recorrer ao telemóvel durante uma quebra de comunicações entre o videárbitro e os árbitros presentes no estádio. O ex-árbitro Duarte Gomes, responsável pelo projeto formativo e informativo Kick-Off, esclarece, assim, o principal caso da terceira jornada, que decorreu durante o FC Porto-Vitória de Guimarães.
Fábio Veríssimo ficou sem o auxílio do VAR entre os 15 e os 45 minutos do jogo no Dragão, devido a uma quebra de comunicações. Período durante o qual foi marcado um golo em fora-de-jogo e terá ficado um penálti por assinalar. Perante a falha do sistema, foi posta a hipótese de o árbitro ter recorrido ao telemóvel para ter ajuda do vídeo. Em Bola Branca, Duarte Gomes chuta esse cenário para canto:
"É expressamente proibido pelo Intenational Board. O recurso ao telemóvel não tem um tipo de encriptação que permita comunicações seguras ou que não sejam de alguma forma manietadas. É um recurso muito acessível ao boicote e penso que, enquanto não se encontrar uma alternativa que seja segura e fidedigna, isso não será viável. Como é óbvio, resolvia um grande problema, mas repare no caricato que era termos um árbitro a receber uma instrução por telemóvel de um videoárbitro que nem lhe consegue passar as imagens para o relvado.

Duarte Gomes elogia o facto de o quarto árbitro ter informado Veríssimo da quebra de comunicações. No entanto, sublinha que os jogadores, as equipas técnicas e o público também deviam ter sido alertados.
Lances capitais do dérbi foram bem ajuizados
Já sobre a arbitragem de Luís Godinho no dérbi na Luz, Duarte Gomes não concorda que tenha sido "descontrolada", como alegou Rui Vitória. Embora o jogo não tenha sido "bem conduzida", a palavra usada pelo treinador do Benfica, após o encontro, soa "excessiva" ao ex-árbitro.
"O Luís Godinho é um árbitro jovem, fez o seu primeiro dérbi e terá acusado essa responsabilidade. Teve um jogo dificílimo de dirigir, em que ninguém quis ajudar. Logo aos 10 segundos, marca uma falta em que todo o banco do Benfica fica de pé a protestar. Ele percebeu aí o impacto do que é dirigir um jogo com esta dimensão e teve de aguentar esse peso pela primeira vez na carreira", considera Duarte Gomes.
O antigo árbitro recorda que, ao assinalar penálti de Rúben Dias sobre Montero, o "lance mais decisivo" do jogo, Luís Godinho "decidiu muito bem". "Noutros lances nas áreas também decidiu bem", frisa.
"Em termos técnicos, com algumas faltas trocadas, cantos por assinalar, disciplinarmente alguma incoerência, cartões amarelos por mostrar, outros mostrados com algum rigor, por aí a arbitragem não foi plena, não foi bem conduzida. Mas felizmente não fará parte da história negra das arbitragens em clássicos ou em dérbis", assinala Duarte Gomes.

Fonte: RR

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